terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vai, corre..

  "Vai lá. Corre atrás. Ela está em suas mãos, não? Então vai. Tenta de novo. Quebra o coração dela mais uma vez. Há um motivo pra que vocês não estejam mais juntos, mas você nem se importa, não é?
  Você corre atrás, como se ainda se importasse. Me desculpe, não te pertence mais. Não mais. Acho que você percebeu tarde, não acha? 
  Pode desejar o quão mal você quiser, pode mesmo. Não vai adiantar, ela já não se encanta mais pelo seu sorriso. Precisamos crescer, os seres humanos evoluem e são de fácil adaptação. Então se adapte, cresça, evolua. Esqueça que ela fez parte da tua vida, esqueça isso de uma vez. "
  Hoje só existe isso em minha cabeça. Minha mente e alma clamam por mudanças. Mudanças das quais não consigo realizar em mim mesmo. Tentei outro alguém, mas além de machucar mais, ainda machuquei outra pessoa. Existe um monstro dentro de cada um. Alimentá-lo ou não, é escolha sua. O meu já nem sei se existe mais, a última vez que o levei pra "passear", causei o maior estrago de minha vida.
  Não, não adianta. Eu já tentei. Mas te tirar de minha cabeça parece loucura. Eu não consigo me adaptar a isso, e eu nem mesmo consigo entender o porquê. Não há como tirar da cabeça, aquela que não sai de meu coração.
  Nesse momento eu escuto choros, seguidos de sorrisos. Ele a pediu em noivado. Não é lindo? Ela chorando e apertando tanto ele, que ele mal consegue se mexer. É doentia a minha vontade de socá-lo até a morte naquele momento. E eu ainda me pergunto: "Por quê?? Por que ainda estou aqui olhando pra isso??"
  Não vou achar resposta. Nem sequer isso parece ter sentido, ao menos para mim. Ela me vê, e eu simplesmente fico paralisado. Ela sussurra algo no ouvido dele, e segue em direção a mim. Pega na minha mão e começa a andar, no entanto, calada.
  -Sabe -ela diz- Eu tento não pensar em todas as coisas que você me fez antes. Parece impossível, sabia?
  Eu permaneço calado. Ainda não havia me recuperado do choque que recebi. O choque de ver quem eu amo realmente com outra pessoa.
  - Me esquece, tá? - e ela sorriu. Não era um sorriso normal não, era um sorriso de alívio. Um alívio que ela precisava soltar a muito tempo. E soltou, aquela aliança lhe deu forças, mas consequentemente, me tirou as minhas.
  Não importa agora, o quanto eu chore, o quanto eu sorria, o quanto eu corra atrás, o quanto eu bata na cara dele. Ela é dele. Ele a ganhou em um jogo justo. Não não, ela não é um mero prêmio de jogo, é muito mais que uma mera recompensa. Ela já me foi tudo, mas eu a tratava como nada. E continua sendo meu tudo, apesar de não sentir por mim mais nada.

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