sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Marcas...

  Pra onde foi? Pra onde fomos? Sequer nos falamos após as marcas que fizemos em prol de nosso amor. Aquela marca de cigarro, lembra? Eu lembro o quanto ela doeu de fazer, parecia coisa de adolescente na época, já que queríamos fazer uma tatuagem juntos mas éramos fodidos e pobres na época, então por que não nos machucarmos com cigarro e deixar uma marca em nós?
  Saudades. Saudades da época que a única marca era essa do meu braço, que me fazia esquecer as marcas de cortes da adolescência. Agora lido com outra, uma que é mais funda, não aparece fisicamente em dias comuns e que dói sem previsão de cicatrizar em meu coração.
  Hoje somos, ou fingimos, sermos felizes com outras pessoas, com outras bocas, com outras marcas. Dura é a realidade que enfrentamos de saber que a vida não vai nos deixar esquecer nunca desse amor, porque ele vai ficar pra sempre em meu braço e em seu seio esquerdo. Eu te amei, você me amou, mas sempre há mais que isso, sabíamos que só amar não era o suficiente. Falhas atrás de falhas desgastaram tanto nossos corpos quanto nossas almas e em um ato (heroico?) de recuperar o pouco de sanidade que nos sobrava, decidimos cortar os laços que nos uniram de forma tão delicada.
  Acho que ainda te amo e esse amor talvez habite em ti da mesma forma e intensidade que habita em mim. Vamos manter dessa forma, porque nos corrompe qualquer resquício de carinho vindo de nós.

(fonte: https://revistanews.com.br/wp-content/uploads/2018/10/queimadura-390x220.jpg)

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