Acordamos. Estávamos apenas nós, olhando o horizonte até adormecermos. Foi bonito, um pouco delirante até. Conversamos, rimos, bebemos e tiramos fotos. Fizemos nossas memórias naquele dia.
Já gostou tanto de uma pessoa, a ponto de querer se dedicar pra vê-la feliz assim, pra sempre? Antes eu achava que não, mas realmente tive sensação parecida em mim. Vê-la sorrindo, dançando, brincando e me zuando. Ainda sorrio, de lembrar de tantas coisas, que aconteceram em apenas um dia. Em apenas uma noite.
Houve sim, trocas de olhares, com sorrisos tímidos. Palavras faladas no pé do ouvido, e arrepios. Ela era especial, sempre foi. Nos conhecíamos a tanto tempo, que havia me esquecido que ela era uma mulher muito bonita. Uma mulher que tinha um sorriso encantador, onde haviam poucos que conseguissem suportar tal beleza.
Houve momentos que achei que aconteceria o inevitável. Mas era só achismo. Ela era decidida, era sedutora, mesmo estando com o cabelo todo desarrumado. Ela se mostrou pra mim alguém que eu nunca havia conhecido. Mesmo a tendo como amiga a 5 anos.
Ela veio pra me ajudar, eu acabara de me mudar para uma casa na praia mesmo, de frente para o mar. Era uma casa que me afastava de meus problemas, por isso a escolhi. Ela me ajudou com a mudança, pois morava bem por perto.
Não imaginava que ficaria tão feliz, só de ver um sorriso, só de ser ajudado por uma pessoa que sempre quis bem ao meu lado. Ela o fez, fez meu sorriso brotar, fez meus sentimentos balançarem, e me fez ficar sem graça. Nela havia tudo de especial e de bom, exceto por um motivo: Se encontrava muito além do meu alcance.
Me lembro de acordar no meio da noite. A vi dormindo, parecia uma pedra. Às vezes sorria, devia estar tendo algum sonho louco. Eu sorria junto, achava engraçado o jeito que ela era tão desajeitada pra dormir.
Um súbito momento.. Ela havia acordado, com uma cara de panda, pois a maquiagem havia borrado toda. Ela me disse pra chegar mais perto, estava muito frio e não tínhamos achado o cobertor na bagunça da mudança. Ela me fez deitar com ela, e enquanto eu estava deitado de barriga pra cima, ela colocava sua perna direita sobre as minhas pernas, e sua mão ficou em meu peito.
Eu a ouvi dizer: "Deveríamos?".
"Não, não meu anjo"...
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