quarta-feira, 6 de junho de 2012

Paixão boba..

  Existem dias que acordamos de bem para o mundo. De bem consigo mesmo. Se aceitando da maneira que é, do jeito que seu corpo é, do jeito que sua mente é. Existem dias assim, por mais que sejam raros. Mas são esses dias, que me dão gosto de viver.
  Hoje, não foi um dia desses, nem parecido. Foi um dia normal, não esperava nenhuma inspiração. Mas começou a chover. E chega a ser engraçado, um pouco ridículo, como até a chuva me faz lembrar de algo. Me faz lembrar de ti.
  Em chuvas assim, costumávamos ficar deitados mesmo. Fazia muito frio e só o cobertor não conseguia esquentar-nos. Uma idéia, vinda de um desejo. Eu, com a cara de bobo, todo sem graça, tentei parecer um fato extremamente científico, dizendo que corpos nus fazem troca de calor, nos aquecendo mais. Ela riu, mas não foi uma risadinha qualquer. Me lembro que era uma risada engraçada, de quem não tava acreditando que eu estava dizendo aquilo. Me chamou de fofo, apertou minhas bochechas e puxou-me para seus lábios.
  Foi o dia que fiquei bobo, mas não era pra menos. Ela havia aceitado o meu fato científico, aceitando seja lá o que vinha na minha cabeça no momento. Um momento estranho, deu uma coisa na barriga que eu não fazia ideia do que era. Mas era bom, cada segundo ficou eternizado.
  Parece bobagem, mas dormimos abraçados apenas, não houve motivação de continuar alguma coisa. Uma relação de confiança que era só nossa. Não precisávamos fazer mais nada, só sentindo o calor do corpo dela, eu já estava completamente satisfeito. Lembro de ter ganhado um "te amo" junto de um beijo na testa. Adormeci sorrindo, não havia sensação melhor do que aquela, de estar de verdade, amando alguém.
  Hoje se tornou apenas lembrança. Uma pena, pois é uma lembrança que me dói. Vai lá se entender esse tal do amor. Vive por aí, juntando pessoas e separando outras. A cada dia que passava junto de seus braços, sentia que poderia morrer ali mesmo, pois minha missão já havia sido cumprida. 
  Inevitável não amar, acredite. Eu tentei. Tentei não me apaixonar, não amar. Já havia presenciado passagens de amigos que se derrubaram após fins de relacionamentos. Mas amá-la foi um erro... inevitável.

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